Arqueólogos do ‘Mount Zion Archaeological Project’, um projeto de escavação que busca evidências de várias épocas históricas da cidade, encontraram uma evidência da veracidade de um dos relatos sobre a Primeira Cruzada. Trata-se da existência de uma brecha cavada diante dos muros de Jerusalém com o fim de frustrar o sítio dos Cruzados, e que foi preenchido com pedras para levar a cabo um ataque.
“Qualquer um que tenha estudado a Cruzada em Jerusalém conhece esta história”, indicou à Geek Wire Rafi Lewis, co-diretor da equipe de Mount Zion. “Mas ninguém encontrou a vala, por este motivo as pessoas dizem que talvez tenha sido inventada”. No entanto, as escavações revelaram evidências de que a história era real. Primeiro, os arqueólogos se deram conta de que os terrenos correspondem ao muro do sul, onde se registrou o ataque. Depois encontraram sinais de que existiu uma perfuração preenchida posteriormente.
Segundo o relato, a brecha tinha que ser preenchida para poder passar com um aparato preparado para escalar os muros da cidade, e Raymond de Saint-Gilles prometeu uma recompensa a qualquer soldado que se atrevesse a depositar três rochas no lugar. Apesar do notável risco que representava a tarefa, os soldados cristãos se atreveram a realizá-la e a brecha foi efetivamente preenchida para permitir o ataque.
As capas do terreno, ao invés de descer em direção contrária a uma parede, se inclinavam até ela. Ao mapear as capas e escavar o lugar, encontrando vários artefatos, se pode chegar até o fundo da brecha. Se identificou 17 metros de altura e quatro metros de profundidade. Perto do lugar se encontraram objetos dos cruzados como pontas de flechas e uma peça de joalheria de tipo muçulmano. “Não seria exagerado quase ver o que estava sucedendo ali”, relatou Lewis. “Os cruzados estão chegando. Os Fatimids estão preparando esta vala, pelo qual abandonam a casa e cortam o poço. Fora da cidade, todos correm para refugiar-se dentro. Talvez uma peça de joalheria ficou para trás. E depois os cruzados entram nesta casa quando atacam a cidade a partir do sul”.
Fonte: Gaudium